terça-feira, 25 de janeiro de 2011
transa
descobertos dos pés a cabeça, a carne limpa, a cama larga, mas pequena para os dois corpos suficiente naquela noite de lua míngua, que não mínguava eles em palavras, em gestos, em cheiros e posições, numa dança de personagens fáceis, em que a comunicação se procedia com tátil, de mãos nas mãos, e mãos no corpo que não os pertencia, desenhando com as pontas dos dedos as fendas encontradas, e encontro de línguas perdidas e achadas, em bocas alheias, de idiomas variados, busca incansável de um desejo intenso, jamais traduzido, em palavras, em som, em gestos, a mais provável forma de sentir e se habituar ao calor do outro corpo, calor que provoca arrepio,corpo fechado, suado, das pernas bambas, das pernas abertas e delas apoiadas nas outras pernas, que se entranhavam calados e fazendo sons bizarros, afinados, fora do som, fora da melodia, impossível classificação sonora, certamente, cantando pra si.
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6 comentários:
Deu até calor quando li... (** *** *****)
Sua expressão com as palavras e modo com as utilizou fora magnífico! muito bom... Seguindo.
Muito bom, não perca o ritmo, continue escrevendo.
Seguirei para acompanha-lo qdo possivel.
Sucesso.
maravilhosa toda a construção textual, adorei!
a forma como você descreve tudo, tão límpido, tão claro, tão envolvente.
seguindo(fato)
nossa, faltou o ar...
perfeito, parabéns meu anjo...
Um texto muito instigante eu diria.
Escreveu, postou, envolveu...
Muito bom.
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