quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Eu

Eu sou um coração sofrido
Sou vela sem rumo num mar de mistério
Sou dia de tormenta que a tudo fustiga
Sou sol radioso que só sabe aquecer.
Sou o amor, sou o ódio, desilusões e esperanças
Contradições...
Sou toda contraditória, não me explico, não me explicam...
Sou chuva caindo fina por sobre telhados
Sou fogo crepitando na lareira
Sou alegria
Sou sofrimento
Mas nunca, indiferença...
Sou dentro de mim, sou fora de mim, sou o mundo todo
Sou a onda que vem tímida chegando, mas que volta correndo para o seu mar...
Sou borboleta, sou pássaro, sou luz
Encantamento, liberdade, momentos.
Mas também sei ser treva, vazio, abandono
Sou uma casa, pequena por fora e imensa por dentro
Tenho segredos, recantos secretos, que a ninguém mostro e nem mostrarei
Sou criança e sou mulher
Sou lágrimas contidas, sorrisos contidos, ternuras contidas.
Sou o fogo que queima e a água que refresca
Sou aquela que sofre, mas afasta o sofrer
E principalmente, sou forte!
Sou folha que cai antes de chegado o outono
E sou semente que germina sem ser semeada...
Sou lamentos, soluços, lembranças, tristezas
Mas ao mesmo tempo sou momentos felizes
Sou o raio que cai, escolhendo o lugar: sem ferir, sem matar
Consigo passar e não deixar marcas de meus passos
Consigo chegar e não me fazer presente...
Sou perfume antigo, fragrância evaporada
Sou nuvem, sou céu, sou espaço
Sou o rio que passa tranquilo e sou o mar bravio
Sou natureza, sou natural, sou eu
Sou um livro aberto, mas ao mesmo tempo cheio de imprevistos
Desafio os riscos, enfrento-os e me sinto mais completa
Sou a calma mas também sou a aflição
Sou um ser que pensa, que transmite, que absorve
Sou alguém que sofre sem querer sofrer
Sou alguém que espera sem ter o que esperar
Sou nesgas de sol e momentos sombrios. Eu consigo ser assim. Ser tudo e não ser nada...



Escrito por: B.K.

Um comentário:

Du Santana disse...

Todo mundo é um pouco de tud, ainda que não se deem conta disso. Até o ser nada é, por um lado, ser tudo.