terça-feira, 29 de junho de 2010

freedom

em ti fui um, como o infinito, e vi a lua tímida se gastar em vergonha, "derreteu-se" em pó, em açúcar, cristalino, e os grãos caiam sobre nós lavando a minha e a tua alma, como se adoçassem nossas vidas em ilusões de pouco tempo, até chegar o fim, o fim da noite, da liberdade, da pouca liberdade que nos resta, porque o dia não nos basta, andamos como morcegos a noite, em busca de paz, a paz que nos falta e, nunca encontramos, e encontramos sim, em nós.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

eu preciso saber

eu preciso aprender mais, e aprender o que não sei mais, e, aprendi que não se deve contar com o ovo no cú da galinha.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

[...]

sabe que o meu gostar por você chegou a ser amor, pois se eu me comovia vendo você,imagina se eu acordasse no meio da noite só pra ver você dormindo, meu Deus...como você me doía! De vez em quando eu vou ficar esperando você numa tarde cinzenta de inverno, bem no meio duma praça, então os meus braços não vão ser suficientes para abraçar você e a minha voz vai querer dizer tanta, mas tanta coisa que eu vou ficar calado um tempo enorme...só olhando você, sem dizer nada só olhando e pensando: Meu Deus, mas como você me dói de vez em quando!

fragmentação

Hoje uma noite de possessões incompriensíveis, procurando sem achar uma peça do meu quebra cabeça, pelo meu ser cheio de feitiços e mazelas, flechadas de baixo pra cima e um fundo musical, folk denunciando tudo e tirando as mascaras e recompondo as faces escuras, o blues amargo junto de um poema surreal, asim como eu. É muito bom sentir essa docilidade da insanidade, é quase divina, uma sensação que me tapa a goela, mata a sede e não sufoca. Mesmo assim nessa euforia, os amores voltam-me a cabeça. De qualquer forma, poderia tê-lo amado muito. E amar muito, quando é permitido. Como uma ideologia, como uma geografia: palmilhar cada vez mais fundo todos os milímetros de outro corpo. Mesmo que depois venha a morte e nos mate, mas nos mate amando.

underground

tudo que eu anda fazendo e sendo eu não queria que ela visse nem soubesse, mas depois de pensar isso me deu um desgosto porque fui percebendo que talvez eu não quisesse que ela soubesse que eu era eu, e eu era.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

sempre

Mesmo quando chove ou o céu tem nuvens (os dois amantes) sabem sempre quando a lua é cheia. E quando mingua e some, sabem que se renova e cresce e torna a ser cheia outra vez e assim por todos os séculos e séculos porque é assim que é e sempre foi e será .." Caio Fernando Abreu, Depois de agosto, na antologia O amor com olhos de adeus (1995).