domingo, 16 de janeiro de 2011

entrelaçados

pouco vestido, apenas as partes mais complexas do corpo, as fendas que se localizavam fáceis, geometricamente falando era impossível classificar tamanhas peças, formas abstractas e pinturas não límpidas, novamente abstracta, porque é a única rotulação para aquelas ovulações, de imediato um choque ofuscante de retina dilatada, lentes convergentes, focadas apenas no x da questão, um resultado enrustido, corpo inerte, no tempo, nas horas, e na secura de, porque revelar ao corpo sua necessidade revelará a si seu açúcar e mel, produzido a mão nua, com medida de grãos, de quilo e percentagem de eficiência, pintura com título jamais visto, era neologismo, eu, empírico, confio apenas em meus pincéis de madeira, e a tela feita de um tecido branco desbotado, riscado do semi-árido paladar, de boca cheia, salivando de vontade de comer outro corpo no ponto, de quatro, com todos os talheres em mãos, detalhes de crença e presença de um devoto desconhecido por mim que não crê em si mesmo, pelo simples fato de ter sido vitima de uma mera desinteria quase sem fim, que não pedira a Deus, mas mesmo assim ele o concedeu, que quase pôs as tripas naquela privada ali, bem ali, na sua esquerda, num banheiro imundo sem porta, ao léu, é sonho de consumo, dele, ter um banheiro decente pra fazer merda, quando lhe der vontade.

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