domingo, 16 de janeiro de 2011

(des)fiado

violão de cordas afiadas, facas de um bom corte, tocava cortando os dedos de ódio, de amargura, porque estava cansado do sentimentalismo barato das pessoa na rua.
e sentava-se toda 17:00h para tocar esse mesmo violão, sem cantar nada para não ofender aos próprios ouvidos, agoniados pelos mesmos sentimentos alheios, principalmente de uma tal de josefina da perna fina, que usava um chapelão pra não desbotar a cara no sol do meio dia, que queimava e ardia, e ela sempre passava por ele assobiando algumas merdas e ele sempre respondia com uma banana, apoiando a mão esquerda nas costas do braço direito, bem firme pra que ela ouvisse quando atravessasse a esquina da rua da frente sem precisar ele gritar, e mandar ela se lascar meio dia em ponto, no meio da rua, mas ela muito metida a esperta cobria as orelhas com as abas do chápeu, coitada, cobria os brincos e aqueles orelhões que carregara na cabeça, não sabia o bem que lhe fazia.

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