domingo, 6 de fevereiro de 2011

farpas

ia assim, rasgando, furando, buscando espaço pra penetrar, pra ferir, até achar meu coração, e sair, e sentar-se ali pra ver-me sangrar até não restar nada, nada em artéria, em veias e vias do meu corpo, perfurado, arranjado por pontas, que se faziam presentes e constantes, agulhadas sem alinhavo, sem ao menos marcar o ponto de furo, em puro tecido, desviando dos ossos, futuro adubos, guardados entre carne, carne viva-morta, que ainda respira pelos poros, dos pêlos da nuca.

2 comentários:

Unknown disse...

Jards, você realmente, absolutamente, tem uma escrita exclusiva. As descrições, adjetivos, e meadas palavras se entrelaçam entre si, expondo um mistério e incerteza corriqueira no ar. Uma leitura embriagada, seu espaço torna-se meu espaço.

Unknown disse...

Jards, selos pra você:
http://selosdoepifaniaa.blogspot.com/2011/02/presentes-da-carol-e-da-maiara.html