terça-feira, 23 de novembro de 2010

onde estive de noite?

ando tão cansado, cansado de procurar felicidade e não encontrar, procurar meticulosamente em cada parte da casa,cadê felicidade? onde se esconde?
ontem revirei uma, duas, três, quatro mil vezes de tédio, em cima da cama, meu corpo suava, eu sentia chamas, eu sentia incêndio na casa, no quarto, na cama, em mim, um chiar na alma se misturava com latir dos cães, na rua, e o miar dos gatos, no telhado, e faziam uma dissonância, e na verdade eu era a dissonância naquele inferno eufórico, em que eu comecei a emitir alguns sons sem medidas de volume, era macumba, era resposta e saída daquilo tudo, manifesto de tons, de cores, de sons, de dor, a carne nua-crua-viva estalava em conjunto com o ponteiro dos segundos do relógio,e eu fui aguçando os ouvidos até me concentrar apenas nos tilintar, e fui me acalmando, fui virando leão de presas curtas, sem rugir pra o teto, apenas ouvindo o batuque das minhas piscadelas, que me diziam que a mais louca forma de dormir é dormir sem ter acordado e acordar pra dormir.

Nenhum comentário: